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   As doenças sexualmente transmissíveis (DST), em especial, a Síndrome da Imunodeficiência adquirida (SIDA), em inglês representada com a sigla AIDS (acquired immune deficiency syndrome), causada pelo vírus HIV, são um dos principais problemas sociais da humanidade. Mesmo com diversas estratégias de conscientização da população sobre as formas de contágio e os problemas causados pelo vírus HIV, ainda há registros de aumento do número de infectados em várias localidades, como é o caso da cidade de Santa Maria, no estado do Rio Grande do Sul (RS).

    Sabemos que como educadores (as) não podemos cruzar os braços. Talvez na época em que muitos educadores cresceram este foi um tema alarmante e hoje parece que está tudo sob controle, com atendimento aos portadores do HIV através do fornecimento de medicamentos pelo Sistema único de Saúde-SUS. Porém, sabemos que a realidade não é bem assim. Atualmente temos um quadro mais favorável à sobrevivência dos indivíduos infectados com HIV, mas a AIDS ainda é uma doença grave e perigosa. Os dados do serviço de epidemiologia do SUS indicam que há um aumento no número de novos casos de infecção por HIV, principalmente entre o público jovem.

     Nos anos 1980 e 1990 a Aids era tratada como uma epidemia, cercada de estigmas e preconceitos pois era vista como uma doença de gays, travestis, homossexuais, ou viciados em drogas injetáveis. Atualmente, não somente estes grupos são considerados como de maior risco para contaminação, mas vários heterossexuais se tornaram portadores do HIV, mães portadoras transmitiram o vírus para os filhos, durante o parto ou pela amamentação; além disso, o HIV também atingiu as pessoas da terceira idade que com o advento de medicamentos como Viagra voltaram a ser sexualmente ativas. 

   A doença (Aids) é a manifestação do estágio mais avançado da atividade do vírus HIV no organismo. Como vírus ataca as células de defesa do nosso corpo, o indivíduo fica muito vulnerável a doenças provocadas por microrganismos. O corpo se torna incapaz de controlar infecções como um simples resfriado e fica sujeito ao desenvolvimento de doenças contagiosas mais graves como tuberculose.

  De acordo com o Programa Conjunto das Nações Unidas sobre HIV/AIDS-UNAIDS, o Brasil é um dos primeiros países, dentre os de baixa e média renda a fornecer tratamento gratuito para pessoas que viviam com AIDS. O programa de tratamento pelo Serviço Único de Saúde (SUS) começou em 1996. Em consequência desta política de acesso universal, o Brasil teve uma queda acentuada na taxa de mortalidade associada à AIDS e hoje tem uma das maiores coberturas de tratamento antirretroviral (TARV) entre os países de média e baixa renda, com mais da metade (64%) das pessoas que vivem com HIV recebendo TARV, enquanto que a média global em 2015 foi de 46%. Saiba mais em: http://unaids.org.br/estatisticas/ 

       Ainda não existe uma cura para a Aids, apenas o TARV que ajuda as pessoas portadoras da doença a ter uma vida normal, porém com algumas precauções e com os efeitos colaterais provocados pela medicação. Sabemos que cientistas de diversas partes do mundo trabalham em pesquisas para tentar descobrir medicamentos que melhorem a condição de vida dos pacientes ou proporcionem a cura através da eliminação do vírus.

Leia sobre: 

Cientistas fazem novas descobertas sobre o HIV - Pesquisa sobre o mecanismo do HIV pode inspirar tratamentos no futuro

http://revistagalileu.globo.com/Ciencia/noticia/2016/08/cientistas-descobrem-como-o-virus-hiv-se-infiltra-em-celulas-saudaveis.html

Pesquisadores japoneses descobrem proteína inibidora do HIV em seres humanos

http://zh.clicrbs.com.br/rs/vida-e- estilo/vida/noticia/2015/11/pesquisadores-japoneses-descobrem-proteina-inibidora-do-hiv-em-seres-humanos-4915114.html

Retrocesso: o aumento de casos de Aids entre o público jovem

 

   Conforme reportagem do Portal de notícias da Globo, o site G1- edição de 13 de julho de 2016:

     O maior retrocesso no combate à Aids foi no Leste Europeu e na Ásia Central, onde houve um aumento de 57% no número de infecções. Em metade dos casos, esse aumento foi entre pessoas que usam drogas injetáveis. América Latina e Caribe também tiveram aumento de novos casos, aumento de 2%. Pegando especificamente o Brasil, o crescimento do número de casos de pessoas com HIV aumentou em 4%. Esse aumento foi principalmente entre homens que mantêm relações com outros homens. 

   A ONU esperava acabar com a Aids até 2030, mas diante desses números declarou que a situação é tão grave que, inclusive, todos os avanços no combate à doença até agora, que foram muitos, podem ser perdidos.Esse estudo revelou que a Aids mata 15 mil pessoas por ano no Brasil. Especialistas alertam que os brasileiros estão falhando na prevenção. Os dados da Unaids, Programa da Organização das Nações Unidas para o combate à doença, mostram que, em 2010, 43 mil novos casos de Aids foram registrados no Brasil. Em 2015 esse número subiu para 44 mil. O país responde por mais de 40% das novas infecções por Aids na América Latina, segundo a pesquisa.O estudo revela ainda que aumentou o número de pessoas vivendo com Aids no Brasil. Entre 2010 e 2015, essa população saltou de 700 mil para 830 mil pessoas.

    O aumento foi de 18%. Hoje, a doença é a causa de 15 mil mortes por ano no país. Para a Unaids, o Brasil e outros países do continente que viram a epidemia avançar não estão se prevenindo como deveriam, e um infectologista de Salvador concorda. Ele lembra que a incidência tem aumentado entre os jovens, que não viveram a realidade da Aids nos anos 90, quando ainda não havia tratamento com coquetel de medicamentos e a doença era muito mais temida.“Isso fez com que essa população ficasse menos temerosa do HIV e usasse menos camisinha, menos preservativo. Isso expôs demais essa população e as últimas estatísticas têm mostrado um aumento muito grande”, afirmou o médico infectologista Adriano Oliveira.

 

Para saber mais http://g1.globo.com/bom-dia-brasil/noticia/2016/07/onu-revela-que-reducao-dos-casos-de-aids-esta-abaixo-do-esperado.html

           

E agora professor (a), o que podemos fazer diante deste retrocesso? Nossos alunos fazem parte deste público vulnerável! É preciso ter a consciência de que a educação não se reduz a nossa disciplina ou área de atuação. Ela precisa ir mais além, e também dar lugar as discussões sociais. 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

  

 

 

 

Referências e sugestões de leituras:

 

 

  • MEGA, Helena Carvalho. Moralismo impede avanços na prevenção do HIV/aids entre público gay/HSH 07/04/2016 - Ano: 49 - Edição Nº: 34 - Sociedade - Faculdade de Medicina. Acesso em: 11/10/2016. Disponível em: http://www.usp.br/aun/exibir?id=7584

  • Como falar sobre Aids com as crianças?

A divulgação do tema da Aids e o papel da ciência, tecnologia e sociedade (CTS)

 

 O tema AIDS foi por muito tempo cercado por medos, preconceitos, curiosidades e especulações, pois nas décadas de 1980 e 1990, quando a epidemia começou havia uma total falta de informações corretas sobre como era a forma de contágio, quais as formas de prevenção e como o vírus atuava no organismo. Diante disso, o apoio dos cientistas e profissionais da saúde, foi fundamental para que informações corretas fossem divulgadas, trabalhadas na área da saúde e educação.

            A gráfico abaixo nos ajuda a perceber que a Aids ainda é predominante entre o público Gay, porém não se restringe a ele.

TÓPICO 4: AIDS E HIV COMO TEMA PARA O CURRÍCULO ESCOLAR

Conforme a notícia do Jornal Diário de Santa Maria:

http://diariodesantamaria.clicrbs.com.br/rs/noticia/2015/11/taxa-de-soropositivos-cai-no-rs-mas-ainda-e-o-dobro-do-pais-4917035.html

Taxa de soropositivos cai no RS, mas ainda é o dobro do país

A cada 100 mil gaúchos, 38,3 descobriram o vírus em 2014, enquanto a taxa nacional é de 19,7

Diante de uma notícia destas, como lidar com a situação em minha disciplina/área de atuação?

   Inicialmente as campanhas eram direcionadas apenas ao público gay e isso trouxe um caráter discriminatório, tendo sido visto como incentivador da homofobia. A camisinha, principal forma de prevenção contra o HIV e as outras DST, a também foi tratada como componente imoral e a as campanhas incentivando o uso de preservativos foram rejeitadas por vários grupos. Como passar do tempo, o tema prevenção contra o HIV começou a ser tratado com mais abertura (MEGA, 2016).

   Atualmente essas questões podem e devem ser abordadas fora do contexto exclusivo da área de Ciências. A prevenção de DST envolve outras áreas do saber que também podem exercer grande influência na tomada de decisões. Na situação atual a escola torna-se a principal fonte de informações para a divulgação de informações confiáveis e para o desenvolvimento de comportamentos que resultem na valorização da saúde. Portanto, é preciso falar de Aids/HIV na escola, assim como de consumo de álcool e drogas. Mas, o que falar sobre esse tema e como falar?

   Abordar conceitos científicos relacionados ao ciclo do vírus e à prevenção é fundamental, mas também abordar questões relacionadas ao desenvolvimento da análise crítica para fazer os alunos refletirem e se posicionarem sobre o tema, é essencial.

Veja o exemplo:

 

Quando Brasil e Tailândia começaram a fabricar antirretrovirais genéricos, revelaram que as pílulas tinham custo de produção relativamente baixo. Isso abriu as portas para a Unaids começar a negociar com empresas, visando a redução dos preços dos medicamentos”.    Diretor-executivo da Unaids, Michel Sidibé

 

Número de novos pacientes com acesso aos antirretrovirais passou de 57 mil para 74 mil por ano.

 

Para saber mais http://www.brasil.gov.br/saude/2015/07/onu-aponta-o-brasil-como-referencia-mundial-no-controle-da-aids

    Essas afirmações podem se tornar questões para debate em sala de aula, abordando aspectos controversos. Sabe-se da importância dos antirretrovirais para o tratamento da Aids, porem há de se pensar que existe um conflito de interesses da indústria de medicamentos.

 

    Desse modo, será que isso não influencia de alguma forma as pesquisas científicas?

Sugestões de planos de aula sobre o tema Aids/ HIV:

  • Atividade sobre Aids na EJA: esclarecer dúvidas e quebrar preconceitos:

  • Dinâmicas de prevenção à DST/AIDS:

 

 

Sugestões de vídeos:

  • Vídeo Prevenção da AIDS para crianças (musical):

 

Vamos passar para o segundo momento de aprendizagem deste tópico?

Agora que você já realizou as leituras, e assistiu aos vídeos é hora de colocar a mão na massa!

Vamos lá! Realize as atividades!

Clicle no arquivo PDF e terá as instruções das atividades. Também terá o conteúdo deste tópico do Curso para imprimir.

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